quarta-feira, 27 de julho de 2016

Um copo de cólera - Raduan Nassar




























Como definir o indefinível. Neste livro cabem mundos. É sexo, carne, tesão. Pensamento, reflexão, duas mentes que se digladiam. É acto cénico que testemunhamos quais espectadores mas também palco pisado por algum íntimo recanto nosso. É um homem e uma mulher que se odeiam enquanto se amam, se devoram, se magoam. Egoísmo e reciprocidade. Discurso directo e subliminar. É foda sem sentimento e ternura que comove. Frieza e intimidade. Perversidade e candura. Linguagem ímpar que estonteia - Cada frase um monumento. - e vulgaridade a convocar o mais primário. É fragilidade e força, luz e treva, submissão e domínio, abuso, cuidado, vontade, pele. Fastio. É animalesco e racional. Grande nas causas e na hipocrisia. Injustiça e paridade. Honesto e dissimulado. Disfarce e nudez. Vingativo. Redentor. 

Li-o.

Reli-o.

«eu não tive o bastante, mas tive o suficiente.»

É um caso de amor.

(195 BPM)












Adquirido na A-das-Artes ao Livreiro, Joaquim Gonçalves.

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OBRIGADA POR ME LERES.