sábado, 19 de julho de 2014

 Não consigo transmitir o que os Pearl Jam são para mim, mas vou tentar.


Sei que se me pedirem para enumerar momentos de genuína felicidade da minha vida, os oito concertos (2 do Eddie a solo) a que assisti, em solo Português, serão incluídos. Ontem foi dia de Eddie Vedder e sinto-me grata por ter ido. (Por ter decidido ir.) Foi arrebatador. Arrancou com a minha música favorita (CORDUROY) que me acelerou o coração, fez pular de alegria desmedida, matar a saudade e seguiu com um espectáculo de melodias e letras sabidas de cor, mantras que me salvaram inúmeras vezes dessa tristeza que me espreitou sempre. Não os posso dissociar de quem sou. Construí-me no consolo daquelas palavras, dos acordes do McCReady e do Gossard, do ritmo do Ament, das batidas do Abbruzzese (Agora do Cameron), da voz inigualável do Vedder, do que sei deles, das causas que abraçam e me dizem tanto, da sua forma activa de viverem a Vida o Rock e o Mundo. Usam a voz para o tornarem melhor. E tornam. Ainda que, de ora em vez, vozes se levantem para os denegrir. Como ele dizia ontem, até é bom. É sinal que o que faz(em) tem algum significado, o que diz(em) causa impacto e agita as ment(alidad)es. Embora assim se afigure, não se trata de um caso de idolatria. Não o(s) tenho no pedestal dos inacessíveis. Sinto-o(s) como aos que me são mais queridos, mais próximos. Cresci com eles e com a sua música. Eram homens de 20 e muitos anos quando os conheci e eu uma menina de 15. Juntei-me(os) à família. O Eddie já faz 50 em Dezembro e em Janeiro estarei perto dos 40. Tenho noção de que são pessoas como eu. Comem, dormem, têm necessidades fisiológicas, qualidades e, possivelmente, incontáveis defeitos. Sei que vão morrer, como eu. Sei que
não são melhores, nem piores do que os que me estão próximos. São apenas pessoas. Não deuses. Não estrelas. Não acima. Pares. Tenho pena de não poder abraçá-los, conversar com eles, trocar ideias e fazer planos, como faço com os meus amigos, com a minha família, ou pessoas com quem sinto afinidade. Sei que ontem, se tivesse havido oportunidade para lhe apertar a mão, entregar um poema, ou trocar um “Olá”, saberia a muito pouco. Porque queremos (quero) os nossos (os meus) perto e gostaria de viver num abraço sem interrupções, com todos os que me enriquecem a vida. Não sendo possível, irei vê-lo(s) sempre que puder. Espreito-o(s) de longe, vivo-o(s) com sentidos que não moram nas mãos. Mato saudades a partir do lugar que me foi reservado. Guardo em mim as emoções que me inspiram e quando morrer levá-los-ei nos tímpanos da alma. (Dizem que a audição é a última coisa a acabar.) Obrigada pelo concerto de ontem Eddie, por teres dado os parabéns à Patrícia, por nos teres falado do teu tio Johny Vedder (Lembrei-me do meu tio Johny, também.) por teres convidado o nosso Paulo Furtado (Legendary Tiger Man) a juntar-se a ti nas guitarradas, por desceres do palco para te misturares connosco, por falares com quem estava na praia onde deste um passeio, por seres um dos nossos. Foi muito, muito, muito bom. É por demais comovida que o escrevo. Até breve, companheiro.

(Outubro? PLEASE!) 
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OBRIGADA POR ME LERES.