terça-feira, 30 de abril de 2024



Faz um ano que o Luís Carmelo deixou este planeta. Falar do Luís terá de ser sempre ao nível intergaláctico. Dirão que é o exagero do amor a falar. Verdade: é amor e é incondicional. Durante os 9 anos a que tive o privilégio de assistir e fazer parte, foi Amigo, Mestre, Dinamizador de encontros venturosos, Editor, Fazedor de milagres na vida das pessoas que se deixaram tocar pela sua Existência. Voz rica, activa e pulsante. Sentimos muito a sua falta, mas a verdade é que se estivermos atentos ele continua entre nós. Verdadeiramente vivo: na Isabel Bezelga, sua companheira de vida que persiste em levar as suas palavras a mais olhos leitores; no livro recém-editado «Quase a respirar» em que o João Nogueira faz uma bela e justa homenagem à sua Biografia Literária; na Nova Mymosa que um grupo de corajosos agarrou - Helena Mendonça, Nuno Sousa, Paula Cardoso, Mónia Camacho, Ana Marques, Teresa Silva e Teresa Oliveira - formando uma associação, para perpetuar o seu legado e a sua memória entre os viventes; na Susana Ladeiro que continua a rever os livros da Editora Nova Mymosa, fundada pelo Luís e que, graças à fé dele no seu talento e capacidade de trabalho, pôde voar para outras editoras e escritores que lhe reconhecem o que ele viu primeiro; na família EC.ON que continua a inscrever-se nas sessões que ele pensou com tanto entusiasmo antes de partir; nas bocas de todos os que o relembram e continuam a falar dele entre risos, lágrimas, recordações e muita ternura. Era uma força da natureza. Brincou com a doença mesmo quando se revelava tão terrível que quase o roubava do essencial: a sua escrita, as suas leituras, as suas reflexões, a sua gata-pantera Lira. O Luís deu-nos um exemplo poderosíssimo ao nunca permitir que a soberba o submetesse. Génio no manejo das palavras procurou casa para cada um dos seus livros inéditos, mesmo até ao fim. Já não podemos ver o seu corpo nem ouvi-lo falar, no seu timbre profundo, mas o ímpeto, o ânimo e a sua alma continuam vívidos dentro de nós. Até já, Luís. Sonho que, mais à frente na estrada, voltaremos ao nosso abraço.




 

2 comentários:

Obrigada, pelo tempo.