Tenho mudado de opinião em relação a variados assuntos.
Algumas opiniões que alimentava, vinham de ouvir dizer, por parte de pessoas que admiro, ou da minha própria insegurança.
Aprendi que não tenho de ser coerente a vida toda e que uma das coisas belas da existência é ter a capacidade de olhar para os assuntos quotidianos de diversos pontos de vista e perceber que um prisma que me era inacessível revela-se, adiante, o mais adequado ao meu modo de pensar no momento.
Disto decorre outra coisa maravilhosa, deste espanto de andar por cá: reconhecer o(s) erro(s). Aprender com ele(s) e aplicar o que aprendi em situações futuras.
Vem isto a propósito do que eu antes via como A grande Literatura e os seus "legítimos" herdeiros em contraponto aos ai ai ai que não são isto nem aquilo e andam para aí a vender aos magotes.
Enfim, a minha opinião actual nessa matéria está ao nível do: que se foda. Vamos todos morrer. Que cada um leia e escreva o que lhe apetece, o que acrescentar aos seus dias. Que cada um usufrua do que lhe dá prazer.
Uns fazem sucesso no mercado e até guito, outros fazem filhos, outros plantam árvores, outros constroem móveis, outros sentem-se realizados, alguns geniais fazem isto tudo e um par de sandálias giras em camurça, poucos conseguirão chegar ao Olimpo, mas também os há, e será que valeu a pena a obsessão, enquanto ignoravam os amados, pergunto. E também há os que chegaram ao Olimpo e souberam amar, e valeu de muito na hora da morte, mas principalmente foi uma boa forma de preencher as horas de vida, pergunto igualmente.
Hoje acredito: há lugar para todos. Porém, ainda que doa ao ego fofo que se acomodou cá dentro desde os primórdios da infância, esse lugar que calha em sorte, por muito que a gente se esgadanhe, pelo caminho, para alterá-lo, nem sempre é aquele grandiosíssimo que o fofo sonhou. Mas é certamente o nosso e há que agradecer.
Como diz uma amiga querida «rolha nossa os ratos não roem» e, por isso, se a rolha não se nos apresenta para rolharmos a nossa garrafinha de rainhas do próprio reino (ainda que nos esforcemos imenso) é porque não é nossa.
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