Ainda antes do julgamento da sociedade, da descredibilização, de seres humilhada e interrogada à exaustão até que te confundas, até que duvides de ti, já te julgaste e sentenciaste a ti mesma, se és mulher numa sociedade patriarcal. E somos. Já aos alegados agressores, o benefício da dúvida, sempre. Sem julgamentos precipitados, sem pressões, sem agressividade condenadora nas vozes que os interpelam. Palmas de pé para tudo nesta peça, do texto à cenografia, à luz, passando pelos efeitos sonoros e pela encenação. A Margarida Vila-Nova é uma actriz estratosférica. Ainda bem que repuseram. Que bom que pude assistir. A arte traz-nos os sapatos dos outros para que os calcemos. Ainda não desfiz o nó da garganta nem arredei a raiva do coração.
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