Ouvi dizer que é uma espécie de pausa e que o clube de leitura à volta de literatura directa ou indirectamente humorística regressará em 2027, mas eu sei lá onde estarei nessa altura. Já aprendi a não adiar o que quero fazer...
Começou com um ciclo dedicado ao Humor na ECON, pelas mãos do Nelson Nunes, a convite do querido Luís Carmelo, que levou à saudosa ECON alguns dos maiores humoristas da praça portuguesa.
O RAP também desceu à nossa cave, foi ficando e não sei se foi bom para ele (deduzo que sim, nunca lhe pressenti traços de masoquista) mas para mim (para nós!) foi muito bom.
Seguiu-se, pois, o clube de Leitura de Literatura de Humor, imaginado pelo Luís Carmelo mais querido, o qual o nosso (o meu!) humorista preferido acedeu conduzir com imensa gentileza e generosidade.
7 anos!
Não sobrevivemos àquela crise que dizem ocorrer em todo o tipo de relações ao fim desse certo e determinado período de tempo.
Mas e a sorte? A sorte e o privilégio de termos participado nestas sessões!?
28 leituras às quais poderia não ter chegado.
Foda-se. Uma maravilha.
Houve um bocadinho de tudo. Conversas sobre assuntos sem correlação com os livros: como por exemplo a pronúncia da palavra sófá, distinguir pessoas que dizem encarnado das que dizem vermelho, ou descobrir a existência de uma tese de doutoramento em torno do circuncisado - seria isto? Perdoe, Professor António! Houve vontade de rir, vontade de chorar e também houve a participação de (que eu me lembre) dois autores nas sessões, uma das quais em plena pandemia, com o grande Mário de Carvalho, e nós todos metidos em casa a falarmo-nos através dos écrans.
Vi calças de pijama aos quadrados. Eu própria assisti a algumas sessões toda nua da cintura para baixo, mas com uma gola alta quentinha.
O nosso Luís Carmelo mudou de galáxia e a Nova Mymosa agarrou as rédeas.
Nem assim, o RAP nos abandonou. Então, já na Boutique da Cultura em Carnide.
Fui alegre em todas as sessões a que assisti, mas baldei a algumas.
Infelizmente, percebi entretanto, baldei também à que seria a derradeira, com a participação especial de Valério Romão, pelo motivo maior de me ter ido despedir de uma amiga linda e luminosa, que ainda não acredito que jamais irei rever.
Quero pois, agradecer, aqui do púlpito da presidência de coisa nenhuma, como o indivíduo em apreço tanto gosta de escarnecer, o modo como preparou as sessões, como nos sugeriu outras leituras, abriu janelas para realidades ou pontos de vista e, sobretudo, como nunca nos desiludiu e nos arrancou (sem dificuldades, claro), sempre, sempre, gargalhadas com aquele jeitinho de nos fazer rir só seu.
Todos os ciclos têm um fim.
Este terá sido, eventualmente, o nosso.
Adorei a mixórdia que tanta gente junta a pensar e a falar em voz alta sobre livros gerou.
Aquele abraço a todos, mas um assim mais apertado ao maior.
Vou ter saudades!
https://www.youtube.com/watch?v=aWPgJkOdUZU
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