quinta-feira, 17 de julho de 2025

CLEMENTINA

Quando numa laranja encontrávamos uns gomos muito pequeninos, dizíamos: clementina.

Ficava o desafio selado. 

No dia seguinte, o primeiro que se lembrasse de dizer clementina ganhava. 

O quê? 

Nada. 

Mas esta memória não me podem arrancar, apesar de tudo o que havia de tenebroso, de tudo o que havia de se passar, de toda a dor que vesti e, entretanto, despi, havia, também, a ternura a pontuar-me a alma com as suas sementes para consolo futuro.

Hoje.

Esta manhã.

Ao espelho. 


https://www.youtube.com/watch?v=ugGN_Z1jPoM&list=RDEMhRYIfa6E5l8D66ElDBGjww&index=9


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